A busca pelos padrões estéticos difundidos pelas mídias sociais, revistas e filmes nos trouxe um transtorno da autoimagem: a vigorexia, que se caracteriza pela obsessão por um corpo mais musculoso. As vítimas são geralmente homens jovens, que, no anseio do corpo perfeito, se submetem a perigosos tratamentos, entre eles o uso de esteroides anabolizantes. Há estimativas que 4% dos americanos já fizeram uso dessas substâncias e cerca de 33% se tornaram dependentes. Diversas pesquisas associam os esteroides a efeitos colaterais, como toxicidade ao fígado, trombose venosa, atrofia testicular, infertilidade, crescimento das mamas, alterações no colesterol, voz grossa, aumento do clitóris em mulheres, entre outros.Nos rins, existem evidências de lesões graves, sendo que a mais encontrada é a glomeruloesclerose segmentar e focal, que ocasiona a diminuição da função dos rins e a perda de proteínas na urina. Estudos sugerem que o aumento da massa corporal provoca hiperfiltração renal, semelhante ao que ocorre com obesos, causando a fibrose, além do dano inflamatório e tóxico induzido diretamente pelo anabolizante. Ainda, é comum a presença concomitante de hipercalcemia, decorrente do uso de suplementos vitamínicos, o que gera a calcificação progressiva dos rins. Infelizmente, as doenças renais não costumam apresentar sinais até que 90% das funções destes órgãos estejam perdidas, o que implica alerta redobrado em relação ao assunto.

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